Da Miséria no Meio Estudantil (1966) é um dos textos situacionistas mais célebres, a par d’A Sociedade do Espectáculo, de Guy Debord, e da Arte de Viver para a Geração Nova, de Raoul Vaneigem. Pequena bomba contestatária, deflagrou no Escândalo de Estrasburgo, quando jovens iconoclastas, eleitos no meio da apatia geral para a associação de estudantes local, fizeram questão de a dissolver e de publicar este libelo às custas da universidade. Este incendiário panfleto apontava o dedo à domesticação e à infantilização da camada estudantil, denunciando as universidades como «organizações institucionais da ignorância», ao serviço da sociedade de consumo. Teve inúmeras traduções e edições de milhares de exemplares e, em 1968, tal como as pedras da calçada, correria de mão em mão em Nanterre e nas ruas de Paris.
Da Miséria no Meio Estudantil é agora republicada com vários anexos, entre os quais a banda desenhada «O Regresso da Coluna Durruti», de André Bertrand, e excertos de cartas de Guy Debord sobre a organização deste opúsculo.